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HISTÓRICO

Poeta foi fundador do serviço

MARIA EDUARDA GUIMARÃES
do Banco de Dados


O poeta Guilherme de Almeida (1890-1969), em uma viagem a Montevidéu, em 1937, precisou de uma informação e a obteve através de um serviço por telefone. Seis anos mais tarde, como um dos diretores da Empresa Folha da Manhã _que então publicava os jornais “Folha da Manhã” e “Folha da Noite”, que originaram a Folha de S.Paulo
_, o escritor sugeriu a implantação de um serviço similar, idéia que foi recebida com um certo ceticismo pelo então proprietário das “Folhas”, Octaviano Alves Lima (1883-1972).

02.dez.49/Folha Imagem - Folha informações instalado na rua do Carmo, n.º 39.O serviço foi instalado no mesmo endereço onde funcionava o jornal, na rua do Carmo, n.º 39, onde trabalhavam seis moças em três troncos telefônicos, instalados numa saleta debaixo das escadas.

A campanha que precedeu a instalação do serviço não deixava nada a dever ao moderno marketing praticado hoje, uma vez que, alguns dias antes da instalação do serviço, o jornal começou a publicar um anúncio com uma grande interrogação e os dizeres: “Brevemente Folhas-Informações, uma grande e grata surpresa para o grande público”.

11.jul.43/ReproduçãoNo dia anterior ao efetivo início do Folha Informações, que se deu em 22 de julho de 1943, um anúncio com ilustração do cartunista Belmonte anunciava o “brinde das "Folhas". No início, fornecia gratuitamente apenas a hora certa, o serviço de despertador e o horário dos trens, das 7h às 23h.

21.jul.43/ReproduçãoOs telefones começaram a tocar com uma frequência que superou as expectativas. Assim, em 1949, com um número maior de profissionais, o serviço acompanhou a transferência do jornal para a alameda Cleveland e passou a ter dez troncos telefônicos.

Com a mudança do jornal para a alameda Barão de Limeira, em 1953, ano em que o serviço completou dez anos, o Folha Informações ganhou mais espaço e passou a ter 25 informantes, funcionando das 7h às 19h, inclusive aos domingos.
Apenas atendentes do sexo feminino eram admitidas, em sua maioria secundaristas ou universitárias.

O serviço atingiu a média de 4.000 informações diárias. Respondia a consultas telefônicas sobre os mais variados temas. Dispunha de arquivo próprio, além do arquivo do jornal, enciclopédias, guias, volumes informativos, mapas e dicionários.

Em dois anos, o movimento diário foi elevado para 7.000 telefonemas e, em 1957, a média superou as 12 mil ligações/dia.

O sucesso do serviço pode ser dimensionado pelo que escreveu o seu fundador, no livro de ouro do Folha Informações, de 1954: “Se alguma glória a carreira jornalística manteve reservada para mim, essa será apenas um momento de feliz inspiração que tive, faz onze anos; aquele instante em que me ocorreu a idéia da criação de ‘Folhas Informações’”.

Nas décadas de 50 e 60, o Folha Informações era tão conhecido em São Paulo como o restaurante Gigetto ou o cine Metrópole.

22.jul.62/Folha Imagem - Quadro semanal do Folha Informações no programa da TV Excelsior: "Ultralar das 2 às 4".O serviço, em 1962, tinha até quadro semanal em um programa de TV, apresentado então pela chefe do serviço, Ondina Lopes, na TV Excelsior, dentro do programa “Ultralar das 2 às 4”, no qual era feito um retrospecto das perguntas mais curiosas, sugestivas ou difíceis feitas ao serviço.

Quando o Folha Informações completou 20 anos, em 1963, o serviço atendeu 1.093.946 consultas. Somente 290 ficaram sem resposta.

E nem sempre eram perguntas fáceis. Exemplos: Qual é a flor- símbolo da Hungria? Quanto dura a vida de uma pulga? E a do vaga-lume? Por que a água do mar é salgada e qual a origem do sal? Qual é a produção diária de leite de uma baleia em fase de lactação? Qual a origem da gíria “bidu”?

Em 1968, o tradicional número do serviço, 52-6161, que funcionou por quase 25 anos, foi alterado, o que ocasionou uma diminuição de cerca de 50% no atendimento.

Durante os anos 70, dois terços das consultas passam a ser feitas por estudantes. Em 1978, quando o serviço completou 35 anos, os telefonemas mensais estavam na casa de 70 mil.

O Folha Informações, em 1986, respondeu a 623.637 consultas, das quais 19% referiam-se a assuntos científicos. Foram atendidos, em média, 161 consulentes por hora.

Em 1992, o serviço de atendimento do Folha Informações, nos moldes em que foi originalmente concebido, foi suspenso. Mas a marca havia cumprido seu papel de fortalecer a credibilidade do jornal perante a população.

Em 7 de abril de 1993, o serviço foi retomado, de forma automatizada, buscando manter a essência da idéia original: informação qualificada e rápida. O primeiro serviço, gratuito, foi o “Disque Plebiscito”, que informava sobre a forma e sistema de governo a serem votados. Em 15 dias, recebeu 17.095 ligações.

16.mai.93/ReproduçãoAinda naquele ano surgia o primeiro serviço cobrado, o “Disque Simão”, no qual era possível ouvir o colunista José Simão pelo telefone. Nos cinco meses em que ficou no ar, o serviço foi acionado 13.687 vezes.

O Folha Informações passou, então, a ser um serviço jornalístico por telefone e fax, em funcionamento 24 horas, em todo o Brasil, gerenciado pelo Banco de Dados, do Grupo Folha.

Um dos serviços mais requisitados é o da cotação do dólar, que fornece a cotação da moeda americana desde 1983.

03.dez.94/Reprodução - Trabalho da inglesa Cornelia Parker (esq.) e do cubano Bedia que foram disponibilizados no Arte por FaxPor ocasião da 22.ª Bienal de Artes de São Paulo, em 1994, o Folha Informações lançou um dos seus mais inusitados serviços: o Arte por Fax. Eram 11 trabalhos, três dos quais criados especialmente para o serviço, que eram enviados por fax. Junto com a obra, o usuário recebia um texto com informações básicas sobre o artista, a relação de trabalhos que ele estava expondo na Bienal e a sua localização no pavilhão da mostra.

Um novo serviço surgiu em 1997, o Folha Informações Leitura, no qual eram lidos trechos de obras por seus autores. O serviço foi inaugurado com a leitura de um soneto de Gerard Manley Hopkins, traduzido e declamado por Augusto de Campos.

Nas eleições presidenciais de 1998, um simpático serviço foi disponibilizado: a audição das músicas de campanha, desde o começo do século 20 até a década de 50. Entre eles, “Ai seu Mé” (1922), como era conhecido o ex-presidente Arthur Bernardes, uma marchinha carnavalesca interpretada pela orquestra de Chico Bóia.

Luiz Carlos Murauskas - 18.jul.2003/Folha Imagem - Gravação de notícias disponibilizadas no Folha InformaçõesCom o serviço automatizado, o recorde de audiência foi registrado em 15 de fevereiro de 2001, com 20.428 ligações. Músicas de bandas participantes do festival Rock in Rio 3 foram o destaque. Em agosto de 2001, o serviço passou a operar com apenas um número geral (3471-4000), a partir do qual se pode ter acesso a toda a programação.


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3471-4000

Fora da Grande São Paulo, disque 0/xx/11.Custo: só o da ligação.

 



       

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